sábado, 20 de agosto de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
À ESPERA DE UM DOADOR
7 % dos brasileiros esperam um pâncrea
8 % esperam um rim
9 % esperam um fígado
10 % esperam um pulmão
15 % esperam uma córnea
51 % esperam um coração
O Brasil é um banco de espera
E a esperança
É a primeira que mata.
Lu moraes
RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA
Lápis pilot sobre papel
Eu estava coisando
Quando
Eu quase coiso.
Lu moraes
OS ENGENHEIROS DO TEMPO
E havia uma placa em madeira que dizia:
“Temos
Areia
Pedra
Barro
Cimento
E seixo.”
Mas o tempo
Encarregou-se de aprimorar a história
Os cupins, engenheiros exímios, suprimiram, ou melhor
Saborearam o fonema “i” da palavra SEIXO, - uma delícia!
A placa ficou:
“Temos
Areia
Pedra
Barro
Cimento
E SE-XO.”
Lu moraes
Lu moraes
terça-feira, 29 de março de 2011
À PERFEIÇÃO DE UM OVO
Os pombos
Vêm dormir
No poleiro das galinhas, no galinheiro
Acordam antes das quatro e meia
E as sobras de ontem: Já eram!
(Deve ser por isso que as Terras de Santa Cruz
São o maior produtor de óleo de peroba do mundo!)
Ellas, as galinhas
Não se importam
Os galos cacarejam baixo calão, a bico de pena
E xingam feito bode na chuva
Por falar em chuva: O nível das marés está aumentando
(É, meu pé-de-cabra
É por isso que todo dia jogo no bicho
Hei de acertar: Vou comprar uma rabeta!)
As galinhas ciscam, protestam
Soltam a franga, rasgam o verbo
_Muita crista, pouca vista, egoísta!
_Pouca vista, muita crista, egoísta!
E o coro comeu... perfeito
Ellas sempre levam no papo:
Faz como eu
Dou pra todo mundo
E boto
Pra ninguém botar defeito.
Lu moraes
O poeta do vento norte
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